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Projeto Político Pedagógico



APRESENTAÇÃO

Foi com satisfação que disponibilizamo-nos a realizar este trabalho, fruto do esforço coletivo que envolveu funcionários, alunos, pais, em fim, uma boa parte da nossa(s) comunidade(s) escolar(es), isso porque, com a unificação da direção da Escola Municipal Jairo Azi e do Grupo Escolar José Penedo nossas comunidades escolares fundiram-se transformando-se numa só e nossos objetivos, metas ações agora são articulados pensando nas duas escolas como um todo, por isso este PPP traz a representação do que este novo grupo unificado de trabalho entende por educar de forma crítica e responsável. E, ao pensar nessa necessidade das Escolas, o fizemos da forma mais simples possível, procurando construir este documento de forma clara e objetiva, para que este possa assim cumprir sua função de norteador dos nossos trabalhos.
Entendemos que o Projeto Político Pedagógico é a expressão de autonomia de uma escola no que tange a formulação e cumprimento de sua proposta de trabalho. É um documento juridicamente reconhecido, que orienta e conduz as atividades desempenhadas no ambiente escolar tendo como objetivo principal identificar e solucionar os percalços que interferem no processo ensino aprendizagem. Sendo assim, este PPP está voltado para o que as escolas têm de mais importante o aluno, e para o que os alunos e toda a comunidade anseiam da escola, uma boa aprendizagem.


 JUSTIFICATIVA
Diante da realidade em que nos encontramos, em um mundo cheio de inovações, e contínuas mudanças, existe a necessidade de se observar a situação do ambiente escolar e buscar meios de nortear e melhorar o trabalho desenvolvido, bem como melhor instruir a comunidade escolar sobre os paradigmas que embasam o processo educativo aqui desenvolvido, surge então o Projeto Político Pedagógico como instrumento primordial deste processo para nos guiar, visando exercer de forma democrática a autonomia inerente ao nosso sistema escolar.

OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL

Atender o disposto nas Constituições Federal e Estadual, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nos Planos Nacional, Estadual e Municipal de Educação e no Estatuto da Criança e do Adolescente, no que diz respeito ao ministrar a Educação Infantil e os anos iniciais do Ensino Fundamental objetivando a ação educativa abalizada nos princípios da universalização de igualdade de acesso, permanência e sucesso, da obrigatoriedade da Educação Básica e da gratuidade escolar; tendo em vista os ideais de escola, democrática e participativa como espaço cultural de socialização e desenvolvimento do aducando visando também prepará-lo para o exercício da cidadania através da prática e cumprimento de direitos e deveres.

OBGETIVOS ESPECIFICOS
·        Desenvolver as competências de aprendizagem e de socialização do aprendido, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades de formação de atitudes e valores, utilizando como meios fundamentais a propriedade da leitura, da escrita e dos cálculos matemáticos;
·       Compreender a atmosfera natural e social dos sistemas políticos dos quais faz parte, para então formar a consciência crítica e a cognição de habilidade de organização para a transformação do conhecimento adquirido para crescimento próprio e da sociedade;


·      Fortalecer os vínculos de familiares, dos laços, da solidariedade humana e da tolerância mútua em que se convenciona a vida social.


      NOSSA MISSÃO
               Formar cidadãos mais críticos e participativos, com visão de mundo e preocupação com o futuro.


VISÃO DE FUTURO
Temos o desejo de que os nossos alunos sejam conhecedores de seus direitos e sejam agentes de transformação da realidade, tendo a comunidade como exemplo de atuação participativa.

 NOSSOS VALORES
Consideramos que enquanto seres dotados de razão e emoção, sabedores da nossa condição de seres sociais que nos traz a obrigação de viver bem no meio no qual somos inseridos vemos a necessidade de cultivar em nossos alunos e renovar a cada dia em nós mesmos os valores do Respeito, da Solidariedade e Cooperação, do Companheirismo e da Dignidade.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-PEDAGOGICA

O Projeto Político Pedagógico assume o compromisso de avaliar os diversos processos investigativos relacionados à apropriação do saber determinado nas diferentes áreas do conhecimento humano.
Nesse sentido contempla uma base nacional para o Ensino Fundamental para o estudo da Língua Portuguesa e de Matemática e o conhecimento do mundo físico e  natural da realidade social e política, especialmente do Brasil.(LDB, artigo 26, parágrafo 1°)
Com base no pensamento de Paulo Freire a escola adota o princípio de desenvolvimento da aprendizagem pautado na Corrente Interacionista, ao ter consciência de que “ninguém se educa sozinho”, nem tampouco a educação caminha pelo viés da transformação do homem em sua totalidade, essa instrução é capaz de gerar homens e mulheres críticos sabedores de sua existência e papel na sociedade. O homem não nasce pronto, ele é resultado de processos internos e influências do mundo social e é a escola, maior representação da educação formal, que ocupa um lugar de destaque na sociedade e é responsável por parte dessa aprendizagem.
E aqui lembramos também Piaget e Vygotsky, refletindo a aprendizagem e a inteligência como frutos da interação tanto dos aspectos inatos quanto dos ambientais.
Para Piaget, (1973), a aprendizagem acontece por meio de um procedimento operatório, reflexivo e criativo, aonde o sujeito é hábil em solucionar problemas apelando às possibilidades de sua construção cognitiva. O desenvolvimento mental ocorre como uma seqüência de momentos ou estágios, e o aprendizado brota no próprio processo de influência mútua do sujeito com o objeto de conhecimento, quando o sujeito assimila do objeto suas estruturas e as adapta às variações ou atuações do meio.
Lembramos também a Teoria psicogenética, que define a mais conhecida compreensão construtivista da constituição da inteligência e elucida de que maneira se arquiteta o conhecimento, desde o ato de nascer, subvertendo as proposições tradicionais, sobretudo a associacionista, quanto à probabilidade do o homem ser controlado por incitação externa.  Esta corrente de pensamento entende o indivíduo como:

“... um sujeito que procura ativamente compreender o mundo que o rodeia e trata de resolver as interrogações que este mundo provoca. Não é um sujeito à espera de alguém que possui um conhecimento para lhe transmitir, por benevolência. É um sujeito que aprende basicamente através das suas próprias ações sobre os objetos do mundo, que constrói suas próprias categorias de pensamento ao mesmo tempo em que organiza o mundo”. (FERREIRO, E. & Teberosky, A., 1985, In: ROSA, 1994, p.34)
Não poderíamos esquecer aqui da influencia teórica de Freud que é incontestável, na medida em que foi com ele que se iniciou um movimento de atenção e respeito à vida emocional das crianças. Mesmo que ele tenha elaborado nenhuma teoria literalmente pedagógica, sua influência no campo da educação é sentida de maneira generalizada e se manifesta especialmente nas correntes que defendem a idéia de que a escola não deve ser apenas um local de “transmissão de conhecimento”, mas também um espaço de elaboração e expressão de suas vivencia emocionais.      
A comunicação estabelecida entre os diversos sujeitos, alunos, professores, profissionais da educação é extremamente proeminente no exercício da prática de ensino-aprendizagem, sendo o diálogo o mediador desse processo, e havendo a necessidade de uma postura ética por ambas as partes envolvidas, tanto professor quanto aluno, o que consente que ambos aprendam com o conhecimento um do outro, gerando confiança entre aluno e professor e vice-versa. E, além disso, como nos lembra Alarcão (2002, p.23) “... o aluno aprende a gerir o seu estudo. Dificilmente, ele será alguém que só decora, porque o mestre incute nele estratégias de interrogação e busca formá-lo como um indivíduo autônomo”
A metodologia de ensino empregada pelo educador precisa atender a natureza do aluno como sujeito, do processo ensino-aprendizagem, auxiliando-o a desenvolver e amadurecer a curiosidade epistemológica e reflexão.

Interdisciplinaridade
                      
A interdisciplinaridade, sendo entendida como uma perspectiva de ensino, fundamenta-se na dependência recíproca entre as distintas partes do conhecimento. Esta interdependência colabora com o desenvolvimento do processo de aprendizagem do estudante e na sua formação enquanto cidadão, tornando-o capaz de receber conhecimentos coesos, integrados e globalizados, permitindo reflexão sobre estes, empreendendo a constituição do conhecimento. Isso por que:
A interdisciplinaridade perpassa todos os elementos do conhecimento, pressupondo a integração entre eles. Porém, é errado concluir que ela é só isso. A interdisciplinaridade está marcada por um movimento ininterrupto, criando ou recriando outros pontos para discussão. (TAVARES, 1999, p. 34).
Dessa forma a interdisciplinaridade se distingue pela eficácia das trocas entre os estudiosos das diversas áreas e pelo nível de conexão real dos componentes curriculares no cerne de um projeto de estudo ou ensino. E, como bem descreve Heloísa Lück:
Interdisciplinaridade é o processo que envolve a integração e engajamento de educadores, num trabalho conjunto, de interação das disciplinas do currículo escolar entre si e com a realidade, de modo a superar a fragmentação do ensino, objetivando a formação integral dos alunos, a fim de que possam exercer criticamente a cidadania, mediante uma visão global de mundo e ser capazes de enfrentar os problemas complexos, amplos e globais da realidade atual. (2003, p. 64)
Nessa conjetura, a escola, não pode se permitir ensinar de maneira fracionada, o que só facilita o trabalho de transmitir o conhecimento, de maneira descomplicada para o professor, sendo para os alunos, complicado relacionar os saberes das diversas áreas de estudo, levando a uma fragmentação também da visão da realidade.

Concepção de Inclusão

A Escola Municipal Jairo Azi tem como um dos seus propósitos promover educação inclusiva partindo da conjetura que a educação é para todos. Procuramos a consideração e apreciação da diversidade e das diferenças individuais e particulares como elementos inerentes e enriquecedores do processo de ensino e aprendizagem, e a garantia do ingresso e permanência do educando na escola. Acredita-se, dessa forma, que os sujeitos têm capacidade aprender juntos, ainda que com finalidades e procedimentos distintos. Como nos esclarece  CARVALHO,

Especiais devem ser consideradas as alternativas educativas que a escola precisa organizar, para que qualquer aluno tenha sucesso; especiais são os procedimentos de ensino; especiais são as estratégias que a prática pedagógica deve assumir para remover barreiras para a aprendizagem. Como esse enfoque temos procurado pensar no especial da educação, parecendo-nos mais recomendável do que atribuir essa característica ao alunado. (2000, p.17)

Tal julgamento nos leva a transformações expressivas na situação escolar no que se tange às demandas pedagógicas, de relacionamento, gerenciais e institucionais, afiançando a aprendizagem de todos os alunos, visando assim o respeito pela diferença. Nessa assertiva, CARVALHO (2000, p. 17) “[...] a diferença não é uma peculiaridade das pessoas com deficiências ou das superdotadas. Todos somos absolutamente diferentes uns dos outros e de nós mesmos, à medida que crescemos e nos desenvolvemos. Somos todos especiais.”
Dessa forma, procuramos organizar nossa prática pedagógica, possibilitando a individualização do ensino de acordo com as particularidades de todos os alunos. Atendendo a esse princípio, a escola trabalha nos casos de algumas turmas com alunos especiais inclusos com a participação de mais de um professor em sala de aula.  Pensamos, especialmente um trabalho de planejamento coletivo e de cooperação entre os profissionais, situando-se na totalidade da equipe, atendendo não só os educandos com necessidades educativas especiais, mas também as ocasionais peculiaridades dos demais alunos, colaborando, dessa maneira, com o processo de inclusão escolar.
Além disso, entendemos que as discussões sobre inclusão necessitam ser expandidas e abertas a toda comunidade escolar, para que exista o entendimento e respeito às diferenças, visto que somos todos distintos com uma disposição particular de raciocinar e agir. Sendo assim, a inclusão de alunos com necessidades especiais, implica na garantia de acesso e permanência, com qualidade, nas escolas da rede regular de ensino, desses alunos e compreendendo como um dos princípios da educação inclusiva que “O direito a igualdade de oportunidades, que defendemos enfaticamente, não significa um modo igual de educar a todos, e sim, dar a cada um o que necessita em função de seus interesses e características individuais (Carvalho, 2004, p.35)”, organizamos nossas ações para considerar essas necessidades.

Concepção de Currículo e Organização dos Componentes Curriculares
        
Todo o procedimento educativo escolar por ser proposital e metódico, provoca a elaboração e concretização de um programa de experimentos pedagógicos a serem vivenciadas em ambiente de aula, dentro ou fora da escola. A Escola Municipal Jairo Azi  entende currículo como o conjunto dessas atividades, impregnadas de significado, com uma intencionalidade educativa, hábil em sugerir os caminhos, aceitando transformações expressivas a procura da aprendizagem de todos os educandos. Destarte, a educação supera a reprodução de sabedoria e fazeres, permitindo a permuta de conhecimentos e a constituição de aprendizagens significativas.
Assim sendo, o currículo está diametralmente conexo a conjuntura sócio-político-cultural e, deste modo, é estabelecido de modo dinâmico e cooperativo por meio de uma abordagem interdisciplinar, tendo em vista prioritariamente a constituição do cidadão envolvido eticamente com a transformação da sociedade. De acordo com Zabalza (1998) O currículo é o conjunto dos pressupostos de partida, das metas que se deseja alcançar e dos passos que se dão para às alcançar; é o conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e etc. Que são considerados importantes para serem trabalhados na escola, ano após ano. E supostamente, é razão de cada uma dessas opções.
 O currículo é como uma construção constante e inacabada, resultado da colaboração de todos, um conjunto de apreensão de conhecimento apreciado socialmente que, não se permite desconhecer a realidade que se estabelece na heterogeneidade.

Aulas de Teatro

A escola atende à legislação vigente no que diz respeito à organização curricular, tendo uma base nacional comum. No entanto, devido necessidades observadas a e pedidos dos alunos, no ano letivo de 2011, passou a integrar as atividades das escolas atividades teatrais, a serem desenvolvidas em horário oposto das aulas e também  integradas as atividades de artes na sala de aula, nas turmas de pré-escolar e primeiro ano do ciclo da Escola Municipal Jairo Azi, visto as crianças serem muito pequenas.





Educação Contextualizada

A contextualização do currículo é um dos aspectos que vem se tornando evidente na metodologia educacional, sendo a educação contextualizada ressaltada em todos os níveis de ensino e em todas as regiões do país como uma maneira de o ensino aproximar-se da cultura da região de quem aprende, se revestindo da identidade de seu aluno. Tal perspectiva parte do principio que a sociedade é um conjunto de indivíduos que partilham propósitos, inquietações, tradições e costumes, e que interatuam entre si constituindo uma comunidade e que ao caminhar dos anos vão se ajustando umas às outras, adquirindo um bom convívio em grupo.
Durante os anos, a criança vai crescendo culturalmente, vai aprendendo, no transcorrer de sua vida, as maneiras de agir, de coexistir com pessoas, de avaliar os amigos e especialmente os pais e familiares. Esta atividade natural é perceptível e deve ser respeitada como bem determina o ECA:

"No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais, artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente, garantindo-se a estes a liberdade da criação e o acesso às fontes de cultura." (Art. 58 - Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA).


E educar as crianças e adolescentes do semi-árido baiano de maneira contextualizada, respeitando as experiências regionais é um desafio constante para professores e alunos, principalmente quando os primeiros se vêem pressionados a adotar teorias que visam apenas o lado da vida no campo e subsistência no semi-árido, negligenciando outros aspectos da realidade da comunidade e até mesmo temáticas presentes nos temas transversais ou instituídas por Lei no currículo escolar:
Art. 1o  O art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação:
Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena.
§ 1o  O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. (LEI Nº 11.645,de 10/03/2008)
A escola contextualiza quando retrata sua comunidade, ressalta competências locais, mas também torna-se solidária, participando dos problemas mundiais, pois entende que omiti-los aos alunos é uma falha, por isso, leva para o currículo temas de importância social e, no nosso caso utiliza-se do dinamismo adotado na teoria construtivista e embasa-se na teoria sócio-interacionista, para aproximar a realidade local ao conhecimento global para que seus alunos possam ter oportunidade de comparar e realidades, refletir sua própria realidade e fazer escolhas para mudá-la.
O currículo contextualizado passa a imagem da própria vida, a aprendizagem é extraída das situações encontradas. Por isso as escolas entendem que devem construir projetos que vão de encontro ao perfil do aluno, de suas características, despertando assim seu interesse, atraindo-o ao ensino. Procuramos estar sempre abertos a novas táticas de abordagem. As escolas procuram atuar de maneira integrada e respondendo aos anseios dos alunos, desenvolvendo suas habilidades e competências, respondendo aos anseios da comunidade, buscam em fim integrar-se e ajustar-se à nossa clientela.
Como já foi dito, pautamos nossos trabalhos na proposta de Paulo Freire de uma Pedagogia Libertadora, de uma Pedagogia da Autonomia que acarrete conscientização e a transformação da realidade, confiamos que compete à educação formar sujeitos críticos, conscienciosos de sua função social, envolvidos com o meio ambiente e com a valorização da vida e da terra que nos dá o sustento, o alimento. É nesse ponto de vista de uma educação transformadora, que eduque sujeitos capazes de pensar não somente no seu próprio ambiente, mas igualmente no espaço do outro, respeitando e valorizando diversidades e culturas, buscando novas maneiras de conviver em harmonia com a natureza, tirando o seu sustento sem precisar destruí-la, através do desenvolvimento sustentável e do uso consciente dos recursos naturais.
É essa idéia de educação que nos agrada no Projeto CAT, e pensamos aproveitá-la dentro das necessidades dos nossos alunos, visto esta ser uma proposta contextualizada com a realidade do nosso semi-árido, porém deixamos claro que o CAT integrará nossas atividades apenas como mais um instrumento de trabalho, para nos servir, e não nós a ele, pois acreditamos que a flexibilidade é a fundamental numa proposta de educação democrática principalmente em escolas iguais a nossa, onde perpassa a heterogeneidade, por isso não podemos nos furtar a trabalhar temáticas únicas se a cada dia nossos alunos nos surpreendem com a curiosidade voltada para novos conhecimentos.

 AVALIAÇÃO
O processo avaliativo é parte integrante do processo de ensino aprendizagem, seus resultados além de servirem como elemento de reflexão sobre a prática do professor, permitem ao educando tomar consciência, não só de suas dificuldades, como também de seus avanços e possibilidades, além de na esfera institucional servir de alerta à organização e funcionamento da escola.  Daí concordarmos com CARVALHO ao discorrer que:

A avaliação é, sem duvida, um dos componentes do sistema da Escola, não está dissociada de outros elementos. Não deve ser discutida em separado, não é mais importante que discutir regras de convivência ou como criar maneiras mais eficazes de ensinar, ou ainda como trabalhar a inter-relação das várias áreas do conhecimento.

A avaliação, no âmbito escolar e em seu caráter pedagógico, deve ser vista como um instrumento que oferece parâmetros para acompanhar os processos coletivos e individuais de desempenho e aprendizagens, servindo de diagnóstico sobre o que foi possível construir com as interlocuções (professor/aluno, aluno/aluno) e também como um recurso direcionador para os planejamentos de interlocuções futuras. Por isso, partimos da convicção de que a avaliação não deve ter como objetivo central promover ou reter o aluno, mas deve ser um instrumento que integre o processo de ensino-aprendizagem e, a cada realização, redirecione os objetivos e as estratégias desse processo, visando unicamente o pleno desenvolvimento da aprendizagem do educando. Nesse sentido, a avaliação a que nos propomos realizar dar-se-á de distintas maneiras, tais como:
Auto-avaliação quanto às conquistas realizadas e encorajamento para novos desafios.
Observação do desempenho e interesse dos alunos na realização de todas as atividades propostas.    
Observação do desempenho dos alunos na realização de atividades escritas, orais, desempenho em jogos envolvendo conteúdos trabalhados, jogos de raciocínio e\ou de diversas naturezas.
Avaliação dos pais do desempenho dos seus filhos através de informações adquiridas em conversas e também em questionários escritos.
Interação professor-coordenação em momentos de observação em sala de aula e analise de atividades escritas dos alunos, destacando os conceitos observados no diário de classe efetuando-se tal proposta no termino de cada unidade.
Para tanto, ouvimos o que nos diz Hoffmann (2000), ao esclarecer que avaliar:

... é dinamizar oportunidades de ação- reflexão, num acompanhamento permanente do professor e este deve propiciar ao aluno em seu processo de aprendência, reflexões acerca do mundo, formando seres críticos libertários e participativos na construção de verdades formuladas e reformuladas.

Nesta constante, a avaliação, entendida como constitutiva da prática educativa, não pode estar ancorada em momentos específicos ou entendida como documento burocrático do rendimento dos alunos, deve sim, ser contínua, diagnóstica e dialógica. A avaliação não começa nem termina na sala de aula. A avaliação do processo pedagógico envolve o planejamento e o desenvolvimento do processo de ensino. Neste contexto é necessário que a avaliação cubra desde o PPP e sua programação, o ensino em sala de aula e seus resultados. Assim, concordamos com Luckesi ao dizer que:

A avaliação da aprendizagem escolar adquire seu sentido na medida em que se articula com um projeto pedagógico e com seu conseqüente projeto de ensino. A avaliação, tanto no geral quanto no caso específico da aprendizagem, não possui uma finalidade em si; ela subsidia um curso de ação que visa construir um resultado previamente definido.
No caso que nos interessa, a avaliação subsidia decisões a respeito da aprendizagem dos educandos, tendo em vista garantir a qualidade do resultado que estamos construindo. Por isso, não pode ser estudada, definida e delineada sem um projeto que a articule. (2003, p. 85)

Para tanto destacamos a necessidade de avaliar também nosso trabalho, postura diante das adversidades, nosso próprio desempenho enquanto equipe escolar, a efetuar-se por meio de avaliação institucional anual a ocorrer no segundo semestre de cada ano, bem como a avaliação deste PPP, para que possamos melhor aproveitá-lo e torná-lo mais próximo a nossa realidade. 


REFERÊNCIAS:

ALARCÃO, Isabel. Refletir na prática. Revista Nova Escola on-line. Ed. n. 154, Ago. 2002. Disponível em http://novaescola.abril.com.br/index.htm?ed/154_ago02/html/fala_mestre acessado em 13 de setembro de 2008.
CARVALHO, Rosita Edler. Removendo Barreiras para aprendizagem: educação inclusiva. Porto Alegre: Mediação, 2000.
___________. Educação Inclusiva: com os pingos no “is”. Porto Alegre, RS: Mediação, 2004.
FREUD, S. (1914b). “Algumas Reflexões Sobre a Psicologia Escolar”. Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Edição Standart Brasileira, vol. XIII. Rio de Janeiro: Imago, 1998.
LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO. Lei número 9.394: Brasília, 1996
LUCK, Heloísa. Pedagogia interdisciplinar: fundamentos teórico-metodológicos. 11. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
LUCKESI, Carlos Cipriano. Avaliação de aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 2002.
LUCKESI, Cipriano C. Verificação ou avaliação: o que pratica a escola?  São Paulo: Idéias, n.8, p.133-140, 1990.
PIAGET, Jean. O nascimento da Inteligência na criança. Tradução: Álvaro Cabral. 4. ed. Rio  de Janeiro: Guanabara, 1966. 
______. Epistemologia genética. Petrópolis: Vozes, 1973.

Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental.  — Brasília: MEC/SEF, 1998.
ROSA, Sanny S. da. Construtivismo e Mudança.  São Paulo: Cortez Editora, 1994.

TAVARES, D. E. Aspectos da história deste livro. In: FAZENDA, I. Práticas interdisciplinares na escola. São Paulo: Cortez, 1999.
ZABALZA, Miguel.(1998).  Planificação e Desenvolvimento Curricular na escola. Portugal: ASA Editores.